quinta-feira, 3 de junho de 2010

NOTAS SOBRE QUADRINHOS...

Ontém no final da tarde, depois de sair do trabalho no LABEURB e antes da janta e da carona para Osasco, andei até um sebo grande do distrito de Barão Geraldo, onde moro enquanto sou graduando do curso de Geografia, na Unicamp. e garimpei alguns quadrinhos antigos da Marvel Comics para inspirar e dar idéias na série de sketch cards da Rittenhouse Archives/Marvel Comics, set "Heroes and Villains" que estou envolvido agora...

Um dos pressupostos em questão é que gostaria de transmitir no trabalho que estou realizando a emoção, a mesma emoção que senti nos primeiros quadrinhos da Marvel que li aos meus 6, 7, 8 anos... aquelas edições dos Vingadores, Thor, Homem-de-Ferro, publicadas na segunda metade dos anos 80, pela Abril, com desenhos de John Buscema, Geórge Perez, John Byrne, Barry Windsor-Smith... Na época, nem sabia quem eram esses caras, mas ontém, ao reencontrar algumas edições publicadas em 1985, 1986, 1987, percebi que eram todos eles, e como as mesmas páginas que vi naquela época foram reconhecidas hoje. O engraçado é que aqueles primeiros momentos com os heróis da Marvel, me marcaram de uma forma que acabaram tornando parte do meu imaginário e como gastei horas e horas em cada página achando tudo aquilo maravilhoso!

É fácil entender quando há uma contextualização. Imaginem um garoto de 7 anos lá pelo fim dos anos 80, a década perdida, morando numa rua de terra de uma periferia de uma cidade em construção, onde diariamente vê materiais de construção na porta das casas, e famílias migrantes de lugares, regiões diferentes, construindo suas vidas. Os costumes e a criminalidade impediam de ficar na rua, que no imaginário era um lugar de encontro e trocas, o outro lado... Então, estes poucos quadrinhos eram uma espécie de válvula de escape, uma janela para outro mundo, mais fantástico, de possibilidades.

Bem, o dia está nascendo, é 03 de Junho, os últimos 3 dias dos meus 30 anos. Não dá mais para ficar recordando o passado enquanto a mesa está empilhada de trabalho. Hora de usar este sentimento que tenho por estes personagens e produzir um bom material, que emocione, que distraia, que leve algum tipo de entretenimento ou prazer para as pessoas e com isso as deixe mais empolgadas para buscarem seu próprio caminho.

Abração.

Um comentário:

rodrigo disse...

Isso ai, Mestre!
Essa parte de não sair de casa porque a rua não era um bom lugar, foi a causa de eu ser um desenhista também. Nunca vi graça em "soltar pipa" ou coisas do gênero. Eu gostava de ficar horas e horas rabiscando as pilhas de papeis que a minha mãe trazia do trabalho. Velhos tempos...
Abraço!